30 março 2011

Revisitas I

Feitos para estar ou não, todos somos.
Existindo num dia a dia de inconstâncias
Abraçando-nos no peso da solidão,
Trespassando olhares na sensação de domínio
De insensatez revestindo as noites
E de memórias, enchendo o presente,
Sempre encontrado como ponte e nunca pelo que é.
Nos passos correntes da loucura, entre as presas
Da lucidez, vamos andando.
Cheios de convenções e convicções.
Um eu, descontente
Tentando mudar o futuro sem pensar no presente.
Ouçam-se as vozes das vielas e das pequenas coisas,
Dos gemidos silenciados e do riso emudecido
Está tudo aqui, ao alcance. E pela nossa condição,
Sempre distante de um gesto.
Gastando mais um sopro no tempo,
Desafiando sombras e pareceres, conformando.
A comida servida resfriada, a fome sussurrada à distância,
O tempo não é o hoje nem nunca o será.
E tudo, enfim, é rotina.

3 Comentários:

Às 11:28 da tarde , Anonymous Trapézio disse...

Olá, olá...Trapézio :)

Gostei muito!

 
Às 12:02 da manhã , Blogger colormeonce disse...

nice... very nice. no entanto por vezes assusto-me porque tenho receio... estive quase com uma lágrima no canto do olho (quase)... penso que me senti triste. não é propriamente mau porque senti algo quando li o texto. mas tenho receio que escrevas o que sentes, e escreves maravilhosamente, mas sinto dor e tristeza nestes textos.se por um lado me dá prazer pelo que consigo tirar, por outro tenho receio pelo que estejas a sentir. mas por outro posso estar a dizer um disparate daqueles... ;) bjto

 
Às 11:13 da manhã , Blogger luazul disse...

colormeonce: obrigada! penso que percebes muito mais do que pensas. e muitas vezes sem sequer ser necessário falar. abraço

 

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