17 novembro 2005

Feitos para estar ou não, somos todos.
Existimos num dia a dia de inconstâncias
Abraçamo-nos no peso da solidão,
Trespassamos olhares na sensação de domínio
De insensatez revestimos as noites
E de memórias, enchemos o presente,
Sempre encontrado como ponte e nunca pelo que é.
Nos passos correntes da loucura, entre as presas
Da lucidez, vamos andando.
Cheios de convenções e convicções.
Um eu, descontente
Tenta mudar o futuro sem pensar no presente.
Ouçam-se a voz das vielas e das pequenas coisas,
Dos gemidos silenciados e do riso emudecido
Está tudo aqui, ao alcance. e pela nossa condição,
Sempre distante de um gesto.
Gastando mais um sopro no tempo,
Desafiando sombras e pareceres, conformando.
A comida servida resfriada, a fome sussurrada à distância,
O tempo não é o hoje nem nunca o será.
A mente não desperta, não dá um pulo final
E tudo, enfim, é rotina.

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