22 novembro 2005

está uma noite chuvosa
o silêncio abrasador da noite, esquenta-me
a música eriça-me os pêlos, a lua e o sol sorriem
algo bonito que nunca a ninguém pertencerá
continua perdido. porque todas as coisas maiores
desta condição se forçam. línguas estrangeiras,
corpos distantes, mentes ausentes,
uma neblina que percorre necrofegamente a obscuridade.
o retalhista procura sensações na sua senilidade,
o dia a dia preenche-se e por vezes esquece-se.
ondulatório, o translúcido prazer aguado vai descendo.
rios salgados de lava pedrados e azul violeta,
riem do alto, que nem saltimbancos.
as páginas olvidadas em evasão
e os sentimentos de amanhã pelos de ontem.
numa consistência de irregularidades,
a noite volta a acalmar.
acima, o contubérnio da minha cama,
espalha uma luz intensa indefinível.
desinquietante, a voz percorre-me
numa explosão imperial de rendição.
sim, chama-me mais uma vez.

1 Comentários:

Às 12:16 da manhã , Blogger Miguel disse...

Chiçççççççça...

:p

 

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