09 fevereiro 2007

Não somos mais que ruído,
Mero som na travessa do nada.

Perdi a lembrança..
sem púrpura, a vida não circula..
uma vez vi a morte e dela me esqueci.. por vezes ainda me assombra em sonhos mas não me assusta já.. perdi a memória.. engano-me em reminiscências.. falo-me de um tempo que nunca foi e apago o que me não me dá força.. e a minha vida é sem força..
coragem, garra, exige, exige sempre mais.. como uma máquina maldita que nada faz lembrar..
de manhã sente-se uma meia vida sem luas transcender por raios escondidos ou desmembrados..
na manhã, sente-se o ar fresco e os pulmões carregados.. pensa-se sobre o que se fará e tudo é feito.. na noite, a rotina das mesmas cercas, deixa-me num estado de sítio..
tento mais, procuro, mas é difícil.. querem-se mais acontecimentos em lugares onde tudo jaz.. nada se vê para além disso.. as conversas ocasionais e convencionais prolongam-se numa morbidez de vazio.. não outra vez.. não.. procuro por mim.. encontro-me em livros e tempo morto.. ah, dorme, dorme tempo lindo.. sempre à espera de mais.. de outros, coisas e acontecidos..
sempre à espera..
à espera no tempo, do tempo em que o tempo não seja mais que um mero entretimento.. mas sempre, na mesma, esperando.
09-05-2005

dum dia em que perdi a minha sombra lunar...

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