15 agosto 2004

mais para além do sol apagado podem ver-se dois índios.. bailam, entreolhando-se numa vontade de ter.. as chamas crepitam entre eles.. e o desejo vai atiçando o fogo.. no céu vê-se o Caminho de Santiago e alguém ficou abandonado na berma.. está só.. dali não quer sair por um desejo imponente de nada mais ser.. acabar errante num caminho sem pressas, sem destino.. num campo de futebol faz-se um jogo sem bola.. num desatino translúcido de notas, tocam duas bandas à desgarrada.. para quê? porquê? será a última vez? uma miúda janota espera pelo fim da noite.. queixa-se de uma vida um pouco fútil e viciada.. tem um brilho de tristeza que trespassa pelo tempo.. e há quem tenha perdido uma vida que nunca o foi.. assim é aniquilado um casal, fortalecendo a união.. só não se sabe de quê.. e uma ligação é tentada.. um pouco como um calcanhar de Aquiles.. agora estou indecisa e cansada.. farta de não perceber.. mas também.. nunca tem que se perceber tudo.

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