22 fevereiro 2004

a realidade que talvez não existe

o medo e a vontade percorrem-me a coluna num arrepio fino e vibrante..as colunas trespassam tempos pelas esquinas da morte..e os países são meras baleias num oceano flutuante..espirra alguém na rua e ninguém aplaude..o porco ronca enquanto ela geme de dor..sádica, quer o sangue das suas vítimas..maneja armas como um crocodilo..estou à frente, no limite do não saber..trepo uma encosta distante presa numa teia de aranha..não..olhem à vossa volta e nada vejam a não ser vocês mesmos..não vos desprezais?tendes medo de olhar..não receiem..vivo para além do tempo e da sua vontade..vivo no esquecimento perdido das almas..sou uma asa..florescem tempestades para aqueles lados..coram-se-me os sentidos..as vertigens..não poder cair por ser tão perto..uma forca que puxa com força brutal..