28 abril 2005

hormonas, enzimas e outros químicos

as dúvidas esquecem-se, a saudade exige atenção e o ser também..mais uma vez desregulada me encontro num certo caminho perdido.. nao queres? não sentes? não esperas? pergunto-me mais uma vez.. num dia diferente do percorrer de uma noite vi-te, sonhei-te e toquei-te.. quando se dá por isso, já nada lá está e eu vou-me, imersa numa destranscendental existência.. e quem é? sublime..
a descendência macaca da nossa vida e a vida dos macacos enjaulados.. e quem lá está já não vem e quem vem não é esperado.. três noites e duas árvores.. uma lua sussurrante por entre solares sombras brilhantes.. sim, sim, uma vez mais.. repita a história maldita.. fale-me dessa terra.. entregue um abraço à mãe de quem minha mãe é filha.. preponderante..
subtraídas são todas as contas de um fio inacabado.. a pintura jaz na cama à espera de um outro tempo ou lugar.. e os anjos dormem na sua insonia insensata.. dependências e dependentes vão de mão em mão, passam-se e deixam passar quem lá anda.. doença..
e hoje é só mais outro dia.. será?

18 abril 2005

algo a adicionar ao comentário do leitor..

não sei se percebeu tudo o que escrevi. eu não generalizei nem exagerei ao falar da censura jornalística. eu usei esta apenas como um exemplo. poderia também ter dado o exemplo do Marcelo Rebelode Sousa. se o leitor acha aceitável que o nosso jornalismo, veículo de aprendizagens, assimilações e cultura, possa criar uma tal rede de censura em que as vozes privadas nunca são ouvidas, ento você não é democrata.
talvez seja "boring", aborrecido, secante falar ou discutir sobre tudo isto mas, se uma vez mais, isso não for feito, criaremos (como José Gil tão bem o pôs) um novo estado de não-inscrição que sempre caracterizou o nosso país. e num país em que o povo não discute, não subscreve nem inscreve, não pode haver democracia, por muito que gostemos de acreditar que sim. aqui, falei do jornalismo, mas poderia ter falado da censura religiosa, das corporações internacionais que nos puxam para o fosso do desemprego se as ordens delas não acatarmos, da pobreza de espírito da elite governadora no que conta a problemas e fenómenos sociais, na hierarquia deslimitada do poder que faz Portugal sucumbir à pobreza, da servidão em que nos encontramos relatvamente à UE. nós estamos mal. estamos pior do que queremos aceitar. mas se não discutirmos, não poderemos nunca aperceber-nos deste nosso estado de sítio e, muito menos, poderemos mudá-lo.
estamos na transição de um país desgovernado para um governo internacional. acomodamos a nossa educação, economia, sociedade a uma espécie de quase autoritarianismo em que o local deixa de ter poder para que o global possa ascender. tudo bem com isso. se nos impõem regras para que possamos desenvolver, não tenho qualquer problema com isso. mas se essas regras são usadas para manipulação de capitais e recursos, sem aumentar a qualidade de vida dos portugueses, de que nos serve pertencer à UE? estamos perante um pau de dois bicos. sem a UE , estaremos isolados e continuaremos sempre subdesenvolvidos em comparação com os restantes membros. com a UE, crescem subgrupos em que o poder se concentra, crescem as forças capitais (mas sempre dominadas por elites) e cree a diferença entre o rico e o pobre. de qualquer maneira, é a UE que nos vai dando oportunidades de expansão, física e da nossa própria consciência.
por enquanto, esta é uma dicotomia a que não podemos fugir. pertencemos à UE e vivemos num país simuladamente governado.
se não for o sujeito que cada um de nós deveria ter (inclusivé você, caro leitor) dentro de si, a tentar mudar a situação ou, pelo menos, a expô-la para que sobre ela se possa reflectir, o que acontecerá ao nosso país?
ah, por muito aborrecido que você possa achar isto, da próxima vez comente de uma forma construtiva, defendendo o seu ponto de vista com argumentos válidos ou então não comente sequer.

09 abril 2005

G. Klimt e seu "beijo"

da-se-me para caminhos diferentes.. veêm-se no horizonte, pássaros nunca vistos.. as dúvidas que em mim há, escrevem-se, descrevem-se, inserem-se numa inexistência de alegrias.. sim, está cá.. sim, pode sentir-se.. as nuvens musicais circunscrevem-se num espaço indefinido de barreiras inalcançáveis.. sem distâncias, sem dor, inexplicável.. o sol brilha por detrás de nuvens sombrias e o circo que é a vida continua, num incessante murmúrio defensivo.. aproveita-se o tempo de uma forma jamais inconsumível e esperam-se dias melhores.. querer, querer.. numa dentada saudável, sem dono ou donador, oferecem-se meios.. sem destinos, só caminhos.. só percursos.. sem destinos

02 abril 2005

life, confusing, calm life,
touching me with your naked skin,
pulling me to a world that I still do not know,
asking me to give something more,
try something harder,
push away all the limits.
life, confusing, calm, wise life,
misterious in the way of approaching me,
charming in the way of whispering,
strong in the way of smiling,
fearful in the way of reaching me,
but still lovely and interesting.
life, confusing, calm, wise, dazzling life,
in a flowered and exausting ride
that surrounded all my senses
and took my mind somewhere else,
showed me another truth and pain
and gave me something untouchable to keep.
life, confusing, calm, wise, dazzling, disturbant life,
running on my blood,
mixing all my memories,
arranging another scheme for me,
smoking all my trouble away,
showing me other images.
life, confusing, calm, wise, dazzling, disturbant, my hopeless life,
should I really take you seriously?

Shave me.