14 janeiro 2005

hm?

que quer dizer com "hm"? não percebo.. talvez seja da pronúncia.. ou a falta de acentuação.. que nem um plácido azul céu, o sorriso escondeu-se das margens da água.. bate a chuva, bate o sol.. aquece na sua languidão.. poder mais.. respirar o ar impuro que nos envolve em suaves segredos.. etnias e gigantes são mais do que meros acasos.. porque acaso é o destino (como Kundera diria).. sem sentidos nem revoltas continua-se sempre.. sem saber onde está o risco..

13 janeiro 2005

a ignorância

"êxtase; vida comum; fildelidade; paixão verdadeira. Josef detém-se naquelas palavras. que podiam significar para um imaturo? eram tão grandes como vagas e a sua força residia precisamente na sua nebulosidade. andava à procura de sensações que não conhecia, que não compreendia; buscava-as na sua parceira (espiando cada uma das pequenas emoções que se reflectiam no seu rosto), buscava-as em si próprio (durante intermináveis horas de introspecção), mas ficava sempre frustado. foi então que anotou (Josef tem de reconhecer a surpreendente perspicácia da observação): «o desejo de experimentar compaixão por ela e o desejo de a fazer sofrer são um só e o mesmo desejo». e com efeito, comportava-se como que guiado por esta frase: para experimentar compaixão (para atingir o êxtase da compaixão), fazia tudo para ver sofrer a amiga; torturava-a: « despertei nela dúvidas sobre o meu amor. ela caiu-me nos braços, eu consolei-a, banhei-me na sua tristeza e, por um instante, senti irromper em mim uma chamazinha de excitação»."

by M. Kundera