21 março 2005

num balanço translúcido
percorro travessas de esquinas desertas
vê-se um pequeno ser amuado
e uma ave que comida busca
aprendendo sem pensar
pareço querer poetizar
as palavras em cadência
transformam-se em sussurros inaudíveis
sou eu quem aqui vai
eu quem fará a busca e decidirá
és tu, meu ser selvagem
que me inquieta e desatormenta
talvez num dia diferente
a saudade se esbata ou se arrebate
a música ainda se impõem
por entre um silêncio inquietante
num outro tempo, outro lugar
talvez a certeza se encontre com a razão
ou mesmo com o coração
agora o tempo brilha,
a primavera chega e a escuridão retrai-se
a minha submania percorre-me as veias
somos assim
tu és como tal
e eu não sei se serei.

talvez num outro tempo ou lugar..
sejamos..