20 abril 2008

caspian sea

hi..

(hmhm..clearing a shaky voice)

can I give you a word?

there's this girl I know..

(hmm..hmmm..and the voice keeps on running off, while the sweat in her
hands commands her to continue)

once she would like to take you out for dinner.. you would both talk
about random things of life.. what you're doing, what you'd like to
do, what you would never do, what you like, favorite colors and
moods..and you would might as well refer to all the whys that are
carried in such meaningless topics..
later on she would ask you to walk with her..

she would tell you all about her crisis of values.. she would try to
explain you how the world sometimes doesn't work for her.. explain the
emptiness carried in her body.. the solitude of not understanding the
big picture even when she tries really hard.. the partisan between her
body and mind.. the way she gives herself away without letting anyone
in.. the randomness of the meeting of people and fucking it up.. or
not.. about the fear to let go.. the fear to give herself.. the fear
of being.. the here and the now..

and later you would play for her.. while so, she would dance, twist,
jump around.. she would enter some state of trance where she cannot
control herself anymore.. and you would see how much she loves to
dance barefooted.. afterwards, she could maybe sing.. and tell you how
she always dreamt of singing without even trying to do so.. and you
would hold her for a moment.. dance with her..

she would offer you tea.. jasmin and honey..

she would explain you why she doesn't trust too much people.. why she
can' give herself without giving herself away.. why she can't express
what's on her mind as soon as she values you.. why she would never
debrief you on her feelings.. why she doesn't care enough to rely on
you or anyone else.. or maybe she's just too afraid of doing so (would
you tell her that?)..

and you would have a lot of questions for her.. some of which she'd
never be able to answer.. some of which she would refuse to answer..
some of which would make her laugh and cry.. some of which no one will
ever have the answer for..
and when the tea gets cold she would ask you to lay close to her.. and
while you tried to touch her thigh, you would realize how her body
sometimes gets disconnected from her mind.. she would grab your hand
and hold it close to your heart.. she would hear it's beat silently..
and you would see a spark in the eyes.. maybe yours, maybe hers..

in a speechless way she would let you know how she cherishes the
silence.. and maybe you wouldn't get it.. or maybe you'd both enjoy
the silent track lingering on..

and you would then fall asleep.. she would still roam around your
body.. she would capture the smallest details..
and she would then fall asleep as well.. maybe hugging you or her own
cold sholders..

in the morning?

you wouldn't be sure of what happened..

her presence wouldn't be there anymore..

it was all a dream, you recall.

15 abril 2008

quem criou a danca do ventre???

pois foi..
no outro dia tive uma revelacao..
isto depois de ter recebido como uma especie de prenda uma danca do ventre..ah rosa, rosa..que te partiste tao cedo.. va-se la perceber.. eu nem nunca fui muito apreciadora do ventre.. quer dizer, daquele que danca.. que os outros e os pra mim familiares guardo com bastante carinho..
mas nada disto tem a ver com isso..
ou talvez ate tenha.. duma forma descabida e desavergonhada..

sabado..
dia de ressaca..
dia de limpezas..
sai a rua pra encontrar amigos..
o povo da aldeia tinha ja reunido na sexta para comecar a reclamar as ruas..
resultado?
ocupacao do rijksmuseum!!! pois claro, e um espaco publico.. pode ser tao ocupado quanto os outros.. sobretudo quando toda aquela impotencia de parte de grande edificio e deixada ao abandono..
pois bem.. um primeiro passo no meio de muitos..
e que fazer entao no sabado pos-ocupacao do museu? ora, dar um passeio pela rua, aproveitar para as reclamar e deixar que os transeuntes se deslumbrem com um passar de pessoas estranhas ou menos normativas..
de facto, era uma manifestacao.. uma manifestacao quase-anarquista.. mas nao totalmente que o povo nao se deixou subverter pelas palavras de ordem "tell the police to fuck off".. sim, que a policia acompanhou alegremente toda a coisa, para irritacao de alguns individuos da organizacao..
quem era a policia? bem, todos os que vi eram pessoas simpaticas, bonacheironas, na casa dos quarenta.. alguns olhavam espantados para a freakalhada, outros sorriam entredentes ao relembrar os seus tempos de rebelia e outros ainda concentravam a sua atencao no belo dia de sol que tanta gente pos na rua..
mas a coisa nao acaba aqui..
eramos cerca de quantos? nao quero mentir, mas tambem nao sou boa com multidoes nem numeros..
a verdade e que eramos muitos.. e palmilhamos a cidade toda a pe.. alguns tractores e coisas que tais com sistemas de som montados, um palco ambulante e aqui esta minha gente o panorama montado..
e havia de tudo.. gente revoltada, gente alegre, hippies aieis! (onde a forca me quero incluir), gente com os copos, space cake pra oferecer, cerveja pa alegrar as gargantas cansadas das palavras de ordem que nao saiam da boca de ninguem senao desses tais da organizacao que diziam a policia "to fuck off", agua pra matar sedes que nunca serao saciadas, pessoal que foi pra la como se de uma zona de engate se tratasse, pessoas que levaram toda a coisa bastante a serio, e tudo o resto que possam imaginar entrelacado por um espontaneo arranjamento de pessoas que doutra forma nunca falariam entre si..
mais chocante? haviam tambem aqueles individuos de mascaras pretas.. sim, esses mesmos.. aqueles que cobrem o seu corpo de vestes pretas, tem o cabelo rapado e poe mascaras donde apenas conseguimos vislumbrar olhos cinzentos e raiva..
e claro.. esses nao estavam la pra dar abracinhos..
fujam deles dizia um nosso amigo..mas a cada passo mais tonto ou harekrishnazado que davamos la batiamos num ou noutro..
ainda hoje me pergunto.. aqueles individuos que estavam mascarados de cor-de-rosa e mascaras carnavalescas eram perigosos? deviamos tambem fugir deles? que pensar que o cor-de-rosa e uma cor simpatica (e de sonhos) pode ser um preconceito a arriscar o duvidoso.. e ainda hoje nao sei se tambem eles eram perigosos, se deles deviamos fugir ou se neles encontrar um refugio..
mas ainda hoje me pergunto onde foi possivel parar o rastilho de violencia tao prometido e tao facilmente potenciado pelo facto de estarmos em multidao?
nao sei.. o facto e que achei que muitos dos que la estavam, estavam conscientes.. pareciam analisar todo o panorama e dele decidir rir..
mas as mascaras negras continuaram ate ao fim..
e por alguns momentos houve tensao..
e a policia assustou-se..
e nos assustamo-nos..
e algumas pessoas foram presas..
e o que nos diziam era: "show anger, tell the police to fuck off! they have no right to be here"; "please leave in groups. the police is undercover and you will get arrested if we don't act now"; "the police should fuck off. either on their own will or forced".. and bloodybloodyblablabla, um jorrar de palavras quase dementes e que facilmente nos lavam..
bato palmas a massa que nao se deixou demover.. foi um passeio, uma afirmacao, so isso..
mas sem violencia..
agora o que ainda me choca e a forma como eles ainda assim (e sem serem finalmente sucedidos no seu intuito) conseguiram criar e transmitir tensao suficiente para o resto das pessoas ao ponto de nos comecarmos a olhar por cima do ombro..
mal ou bem.. comportamentos de massa, conflitos, e coisas que lidas na teoria sao tao facilmente evitaveis..
serao mesmo?
nao acredito..
dito isto?
sei la eu